A Galeria Virgílio apresenta a exposição “Mais
Pinturas” de Fernando Burjato.
O artista paranaense de quarenta e um anos, em sua terceira individual na Galeria Virgílio, apresenta catorze obras recentes, onde são radicalizadas algumas características que já eram visíveis em sua produção anterior: áreas de cores intensas, dégradés, camadas de tinta a óleo que se acumulam em volumes. E a um tempo a afirmação da pintura e um olhar irônico sobre sua tradição e suas convenções.
A cor, sempre um elemento fundamental, se faz visível através de camadas espessas de tinta, que literalmente se estendem para além do espaço dos quadros, ou que se dobram sobre eles, como franjas. Segundo Bruno Oliveira, que assina o texto de apresentação, nessas pinturas “não há qualquer ímpeto de escapar da materialidade, nem do objeto (...) a tinta é um pedaço de pele disposta sobre um corpo. Esse corpo é o quadro, coberto por um manto de tinta e cor. Essa derme-pintura não é pele lisa, perfeita, jovem. Ela é casca grossa, uma pele velha, cheia de imperfeições e cicatrizes, maquiada exageradamente, como se o desejo fosse esconder as marcas do tempo, os defeitos da história.”
Em muitas obras recentes, em pequenas dimensões, as telas têm espessuras variáveis, não raramente muito maiores que o habitual, na forma de paralelepípedos. O que se pode chamar de pintura não se atém à superfície frontal, mas se estende às laterais. A pintura é uma superfície, e ao mesmo tempo um objeto. Uma janela (para a cor) e um bloco.
Fernando Burjato se formou em 1994 pela escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), e é mestre em artes pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), desde 2011. Realizou exposições individuais, entre outros lugares, na Galeria Virgílio, na Galeria Casa da Imagem (Curitiba), no Centro Cultural São Paulo, no Centro Universitário Maria Antonia e participou da 6º Bienal de Curitiba. Possui obras nos acervos do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR) e do Museu Municipal de Arte de Curitiba (MUMA). É autor do livro de contos “Cabeça, corpo caveira e alma” (Bom Texto, 2000), e em parceria com Daniela Vicentini, publicou “Arte Brasileira nos Acervos de Curitiba” (Segesta, 2010). Vive e trabalha em São Paulo.
Serviço
Mais Pinturas de Fernando Burjato.
Abertura dia 26 de março às 20 h
Exposição de 27 de março a 19 de abril de 2014.
Horário de visitação,
segunda a sexta das 10 `as 19h,
sábado das 11 `as 17h
Local: Rua Dr. Virgilio de Carvalho Pinto, 426, Pinheiros,
São Paulo, SP. CEP 05415-020.
Telefones: 0055 11 23732999 / 30628237
Entrada franca
www.galeriavirgilio.com.br
apresenta os
artistas
ARMANDO BAGOLIN E ADALGISA CAMPOS
Conversa com Adalgisa Campos e o Curador Luiz
Armando Bagolin em torno da Exposição "Conjunto Discreto".
Conjunto Discreto - de 10/setembro a
5/outubro/2013 - Galeria Virgílio, São Paulo
ADALGISA CAMPOS – DESENHOS
Ao conceber seu “Conjunto Discreto”, Adalgisa
Campos explora relações entre conjuntos de obras de diferentes tempos de sua
produção artística, não como necessariamente ocorre na sucessão entre 4 e 5,
números naturais, mas reorganizando-as em partes que, enquanto conjuntos
complementares, presentificam a ausência de outros tantos desenhos, aquarelas,
frotagens, objetos, vídeos e performances realizadas desde o final da década de
1990. Subordinam-se todas essas obras a duas questões centrais para a poética
da artista: conscientizar-se da própria ação ao desenhar, riscar, colar, tecer,
pregar, editar, etc; achar uma razão estruturante em seus gestos que a faz
coincidir com a estrutura das coisas representadas. A explicitação da ratio
por detrás das imagens colhidas de sementes, galhos, folhas, pedras de
calçamento, grãos ou de jogos que incorporam equações randômicas desfaz a
impressão de que o desenho seja fruto de pessoas especialmente privilegiadas,
aduzindo simultaneamente o desejo da artista de compartilhamento da ação de
perceber e de perceber-se como medida de reconhecimento de uma determinada
posição, prestes a ser alterada a qualquer momento. Pense-se em “Desenho de
Memória” (2013) obra na qual a mão ao desenhar não se afasta, por artifício, do
quadro percutido insistentemente a partir de gesto que replica a equação de
crescimento de um ramo, donde de um graveto saem quatro, dos quais de um deles
saem mais quatro, e assim por diante (1:4{1:4[1:4]...}) até a saturação do
campo representativo. Demonstrando esta ação inversamente, aferimos não o galho
de árvore, mas uma primeira representação sua em desenho de observação. Desta
feita, faz-se um comentário sobre a origem dos percursos de algum artista a
partir do desenho, entendido como potência de um ponto do qual toda linha
principia.
COMENTÁRIOS:
Sandro Caje confirmou
presença.
Conheço algumas obras de
Adalgisa Campos e aprecio muito o seu trabalho.
saudades
das aulas do Luiz Armando Bagolin eram boas !
quero
muito ir Gisa. Estou curiosa e desejosa de sua arte
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