sexta-feira, 22 de março de 2013

EXPO DE RENÉE LÉFÈVRE NO VIA CASTELLI - CADERNO CULTURAL A REVISTA

Via Castelli: A Casa de Renée Lefèvre

 

As obras que compõem esta exposição foram pintadas aqui mesmo, ou seja, na casa de número 341 da Rua Martinico Prado, na qual viveu Renée Lefèvre, uma das mais destacadas paisagistas brasileiras de todos os tempos. 





O imóvel abriga um dos mais tradicionais restaurantes da região de Higienópolis e Santa Cecília, em São Paulo: o Via Castelli.
No quintal de sua casa havia uma jaqueira, planta originária da Índia, que se adapta bem em países de clima tropical, atingindo cerca de 20 metros de altura. Esta árvore, de tronco robusto, revestido por casca espessa, foi preservada quando a casa foi ampliada para funcionar como restaurante. A presença inusitada do tronco da jaqueira entre as mesas do Via Castelli confere ao ambiente um enorme charme, sobretudo quando dele pendem saudáveis e pesadas jacas, que se tornam ligeiramente amareladas quando maduras. 

A presença da jaqueira no interior do restaurante, atravessando seu teto e ganhando as alturas, é tão marcante que levou seus proprietários a incorporar uma imagem dela ao logotipo da casa, com citação dos nomes popular e científico da planta. A imagem da jaqueira se destaca sobre o nome Via Castelli, que é acompanhado de uma referência a seu tempo de existência — Desde 1977 — e do tipo de comida nele servida:
Pasta e GrilI.
A construção data do início do século XX, e foi feita num dos terrenos do loteamento da Chácara Palmeiras, de propriedade de Angélica de Souza Queirós Barros, que deu origem a várias ruas do bairro, entre elas a Rua das Palmeiras e parte da Avenida Angélica. Ao lado desta chácara, situava-se uma outra, a da Dona Veridiana, também loteada e que deu origem à rua de mesmo nome. Renée pintou várias dessas chácaras, que se transformaram
em bairros, expandindo a cidade para além da área central.
Renée, depois de longas temporadas na França, durante as quais pintou preciosas paisagens urbanas europeias, voltou para São Paulo e recriou, gráfica e pictoricamente, a cidade, desde seu bairro até regiões periféricas. Pintou o Parque Ibirapuera quando ele ainda era um charco e uma vista da Ponte Grande que já mostra uma chaminé de uma São Paulo que se industrializava. Esta exposição privilegia as paisagens do bairro de Santa Cecília, de seu quintal, do interior de sua casa, de vasos com flores de seu ateliê, de pessoas de sua convivência, tais como sua mãe Isaura e da filha de sua empregada, Verinha. Tudo com muita competência e sensibilidade.
Renée Léfèvre não se casou. Dedicou-se inteiramente à sua arte. Independente, foi secretária do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, durante a gestão da presidente Aflita Malfatti. Para pintar, começou a viajar para o interior de São Paulo, depois para Minas Gerais, para o Rio de Janeiro, para a Bahia, para Pernambuco, Paraíba e Alagoas, para o Maranhão e Ceará, chegando até Belém do Pará, onde realizou uma deslumbrante série de pinturas referenciadas no cais Ver-o-Peso. Acabou transformando-se na desenhista e na pintora do Brasil. Sua obra atingiu tal nível de qualidade e de conteúdo que o critico Geraldo Ferraz, do jornal O Estado de São Paulo, chegou a sugerir a aquisição de toda sua produção pelo patrimônio artístico e histórico nacional.

MAURO ZOLKO E
Enock Sacramento
Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte

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